As questões relacionadas com o condomínio são cada vez mais um assunto de pesquisa, debate e procura de soluções. Foi com este intuito que a DECO PROTESTE em parceria com as associações de consumidores espanhola, belga e italiana organizaram um inquérito de satisfação. O trabalho de campo decorreu entre abril e maio de 2016 junto de proprietários entre os 29 e os 74 anos, com apartamento como habitação principal. Portugal recebeu um total de 1963 respostas válidas.

A típica administração caseira é a que maior grau de satisfação traz aos condóminos (7,9 pontos em 10), conduzindo a resultados financeiros mais fiáveis e a uma manutenção da boa vizinhança.

Nos condomínios em que o administrador é um dos residentes (50% das respostas) salientam-se os elevados níveis de satisfação na gestão da relação com prestadores de serviços e empregados, na gestão financeira e na organização das reuniões dos condomínios.

Nos últimos cinco anos, metade dos condomínios portugueses mudaram de administrador, sendo a razão principal o facto de o cargo ter, em princípio, a duração de um ano.

De que se queixam os condóminos?

De que se queixam os condóminos

A convivência em propriedade horizontal está longe de ser pacífica, mas analisando os dados recebidos, podemos afirmar que já teve dias piores. No entanto, existem problemas que são comuns à maioria dos condóminos.

Ao elaborarmos um top cinco, vemos em primeiro lugar das queixas a baixa participação nas assembleias de condomínio (72%). Contudo, quanto mais participar e agilizar as tomadas de decisão, melhor funcionará a sua vida em comunidade. Sempre que não possa ir, faça-se representar, passando uma procuração, para que a sua opinião seja tida em conta em todas as decisões.

No 2º lugar e em ex aequo com o primeiro, está a falta de pagamento das quotas por parte de alguns condóminos. Situação que automaticamente influencia os demais moradores, pois desequilibra as finanças do condomínio.

Como administrador proponha planos de pagamentos que permitam aos condóminos regularizar a sua situação contributiva de acordo com as possibilidades do orçamento familiar.

Em 3º lugar com 51% das respostas encontra-se o barulho dos vizinhos. Os horários de repouso devem ser do conhecimento de todos os condóminos e, obviamente respeitados. Em caso contrário, chame a polícia.

No 4º lugar evidencia-se a falta de acordo para as tomadas de decisão em assembleia (50% das respostas). A maioria simples é imprescindível para a maior parte das decisões. Mas outras podem obrigar a maioria de dois terços ou até de unanimidade.

Em 5º e último lugar do top cinco das queixas dos condóminos portugueses está a crítica à conduta individualista dos moradores com 48% das opiniões. O regulamento do condomínio deve estabelecer as regras de utilização do espaço comum (por exemplo, proibição de fumar ou de ter animais) e definir sanções a aplicar aos condóminos infratores.

Concluindo, temos condóminos felizes?

Regra geral, a satisfação para com o condomínio revelou-se elevada no nosso inquérito. Metade dos portugueses (48%) está muito satisfeita com o condomínio onde habita (foi dada uma pontuação entre 8 e 10 numa escala de 10 pontos).

A satisfação com o condomínio é influenciada pelas características do próprio condomínio assim como pelo comportamento dos vizinhos. Os proprietários de apartamentos que se encontrem em condomínios mais pequenos estão mais satisfeitos com o condomínio do que aqueles que habitam em condomínios maiores.

Também os condomínios onde as regras são respeitadas e funcionais assim como os documentos financeiros claros e mais acessíveis à compreensão de todos, apresentam uma maior taxa de satisfação.