Condomínio: como torná-lo 'verde' e económico?

A sustentabilidade deve partir do interesse individual e coletivo. O cidadão deve contribuir para um bem estar comum e ecológico e essa mudança pode começar pelo seu condomínio.

Contribua para um futuro melhor, informando-se sobre as melhores práticas. Descubra-as!

Os últimos estudos (2013) da ERSAR indicam que o consumo médio diário de água por habitante em Portugal Continental subiu 15% em quatro anos, o que obviamente tem impacto no seu orçamento ao final de cada mês. Não só pelo consumo mas também pelas inúmeras ‘taxas e taxinhas existentes na fatura. Tenha também em conta as diferenças de cobrança do m³ de água de Norte a Sul do país (as diferenças chegam a atingir os 200%). Há por isso que compreender que, tal como nas nossas casas, também num condomínio é necessário saber poupar.

1- Reduza a utilização indevida de pontos de água no seu condomínio (ex. lavagem de carro, lavagem de terraços particulares);

2- Se tiver um jardim regue a horas em que a aplicação de água nas plantas e árvores será mais eficaz, ou seja antes das 9 da manhã ou ao final do dia depois das 20h. A terra seca mais lentamente e a água evapora-se mais devagar;

3- De preferência utilize um caudal de água lento pois a terra irá absorver melhor a água. Regar com uma mangueira num sítio específico de cada vez leva a que gaste mais água;

4- Reveja regularmente os equipamentos de rega como aspersores de água para confirmar que não têm qualquer fuga de água e estão a funcionar na perfeição;

5- Tenha em atenção as condições atmosféricas. Dependendo da região em que se encontra e da previsão da meteorologia pode adaptar o tempo da rega;

6- Controle o contador de água existente. Faça uma análise mensal para verificar a existência de uma tendência de consumo. Se existirem dúvidas reais sobre o consumo de água, verifique o contador de água ao final do dia e ao início do dia seguinte.

7- Se tiver uma piscina, pense em ter uma cobertura para tapar a piscina sempre que esta não esteja no horário de utilização;

8- Adquira redutores para todas as torneiras existentes (estudo deco). Os preços normalmente não passam os 10 euros e em alguns casos pode levar a reduções do caudal da água em 80%;

9- Utilize sempre a mangueira com uma pistola de água associada;

10- Utilize programadores de rega, rega localizada, rega por furos; 

11- Apesar dos vários critérios na certificação de material hídrico, procure sempre os mais eficientes;

12- Recorra ao catálogo d e Produtos Certificados da ANQIP para se certificar do que está a comprar.

13- Aproveite a água das chuvas. Pode encaminhar a água dos algerozes para um reservatório de água que depois pode ser aproveitada para limpezas do prédio por exemplo;

Desde 2011 que os níveis de consumo de eletricidade doméstico têm vindo a diminuir. De acordo com a União Europeia o setor dos edifícios é um dos setores “com maior potencial inexplorado de poupança de energia com boa relação custo-eficácia”.

Mas na prática, como pode preparar o seu condomínio para este caminho tornando-o mais eficiente e poupando na fatura no final do ano? Nós indicamos-lhe:

1 – Que tal substituir os interruptores de luz no seu prédio por detetores de movimento? Tem necessidade de ligar todas as luzes do prédio quando vai para o 1º andar, pelas escadas, ou vai de elevador até ao 4º andar?

2 - Compre lâmpadas economizadoras. No estudo por nós realizado pode ver qual a Escolha Acertada. Fique a saber que as lâmpadas LED anunciam uma vida útil mínima de 15 anos independentemente das vezes que liga e desliga a luz, enquanto as de halogéneo têm uma previsão de durabilidade de duas mil horas. 

3 – Reveja o contrato com companhia de eletricidade tendo em conta o tipo de consumo do condomínio no passado. 

4 – Um elevador pode representar cerca de 5% do consumo de energia do edifício. Substituir um elevador é dispendioso mas existem algumas medidas que podem ser tomadas nos equipamentos existentes (fonte ADENE):

• A introdução dos inversores foi uma das inovações tecnológicas permitindo ganhos de eficiência elevados até 40%;
• Introdução de modo de redução do consumo, por exemplo "Sleep Mode" nos elevadores que permite reduzir o consumo do elevador em stand by desligando as luzes da cabina após algum período de inatividade;
• Introdução de iluminação LED que permite reduzir a energia consumida com a iluminação até 80%;
• Controladores eletrónicos que podem originar poupanças até 60%;
• Variadores de velocidade que permitem minimizar o arranque dos elevadores;
• A regeneração de energia que permite aproveitar a energia libertada dos elevadores;

6 – Nos espaços fora do prédio experimente instalar, em complemento com iluminação mais eficiente, equipamentos solares;

7 – Se tiver carros elétricos no seu condomínio e quiser carregá-los na sua garagem, prepare-se para medir o consumo dos veículos através de aparelhos medidores de eletricidade. Preveja essa situação para depois saber que consumo faz e tenha em conta que é recomendável que submeta previamente o assunto à assembleia de condóminos a fim de evitar oposições e adiamentos;

8 – Sempre que precisar de comprar equipamentos eletrónicos, opte por material da classe A+++ ou A++.

De acordo com os últimos dados disponíveis ( PORDATA, em 2012), 14% dos resíduos urbanos recolhidos por habitante são alvo de alguma seleção. Esta percentagem representa uma variação positiva de 20% nos últimos anos (2012 – 2007).

1 – Promova a utilização dos ecopontos. O número de ecopontos tem vindo a aumentar nos últimos anos, mas estão também a ser distribuídos contentores de escolha seletiva nos prédios (ponto já defendido pela DECO em 2010);

2 – Fomente a separação do lixo. Em média os resíduos putrescíveis (passíveis de apodrecer) representam 37% das recolhas efetuadas, acima do valor dos resíduos separados através da reciclagem (28%). Não será possível inverter este valor? Por vezes as entidades responsáveis pelo tratamento de resíduos ou os próprios municípios promovem ações de sensibilização ambiental. Para além do objetivo de sensibilização ambiental, aproveite para fomentar também a convivência entre vizinhos;