O consumo excessivo de água ou luz, a surpresa de uma despesa não orçamentada ou a falta de pagamento das quotas por parte de alguns condóminos, podem deitar por terra todo o orçamento previsto no início do ano. É, por isso, aconselhável fazer uma reavaliação do orçamento mais ou menos a meio do exercício, concluir se existem aumentos de gastos e encontrar alternativas eficazes de diminuir as despesas.

Analise todas as despesas

Numa primeira fase, coloque as despesas sob a lupa e descubra onde mais derrapou o orçamento. Se a causa for a conta da água ou da luz, identifique qual a razão e tente adotar medidas preventivas. Por exemplo, no caso de uma rutura de água desconhecida, mande reparar. Já no caso de desperdícios por parte dos condóminos, como a lavagem de carros na garagem, esclareça que não o podem fazer já que a água é paga por todos os condóminos.

Se o problema for uma obra urgente, convoque uma reunião extraordinária para ratificação da mesma, e, se for o caso, recorra ao fundo comum de reserva. Contudo, se chegar à conclusão que o que está a pesar mais no orçamento são as quotas em dívida, atue imediatamente. Envie uma carta ao condómino a solicitar a sua regularização. 

Alerte para os prejuízos que poderão resultar da falta de cumprimento dos deveres de cada condómino e lembre-se de que quanto maior a quantia em dívida, mais difícil será a sua recuperação. Se necessário aplique as penalizações (caso as haja previstas no regulamento do condomínio e depois de devidamente aprovadas em assembleia) antes de recorrer a outras vias, tais como a judicial. Note que deve instaurar a ação no prazo de 90 dias a contar da data do primeiro incumprimento, salvo deliberação em contrário da assembleia e desde que o valor em dívida seja igual ou superior ao valor do indexante dos apoios sociais.

Reavalie o orçamento

É importante não se esquecer de dar relevância aos pormenores. Qualquer pequeno desajuste pode deitar a perder uma previsão bem calculada e fundamentada das contas de um condomínio. Faça uma reavaliação do orçamento a meio do ano e envolva todos os moradores do edifício nas diversas questões a serem tratadas.

No final das contas, é do interesse de todos uma gestão financeira eficaz para o bom funcionamento do condomínio e, em última análise, a valorização do património de cada um.